segunda-feira

Pedro Rocha dos Santos toma posse como Académico da ALA





O antigo Director do Centro de Congressos do Estoril, Pedro Rocha dos Santos, foi empossado como académico da ALA – Academia de Letras e Artes, vendo assim novamente reconhecido o seu mérito cultural e artístico ao serviço de Cascais e da marca turística “Costa do Estoril”. Engenheiro de formação, Rocha dos Santos descende do primeiro presidente da extinta Junta de Turismo da Costa do Estoril – Engº. Abreu Nunes - e recebeu ao serviço dos Estoris uma série de prémios e galardões internacionais que o seu mérito na defesa dos interesses turísticos nacionais. Numa altura em que o poder político aposta na extinção da antiga marca turística, numa estratégia de destruição completa das raízes e da identidade de Cascais, é na coragem e na determinação de Pedro Rocha dos Santos que reside a possibilidade de se reverter esta situação, contornando os interesses político-partidários que se impõem e devolvendo aos Cascalenses a possibilidade de defenderem a sua terra. Ao convidá-lo para integrar o seu corpo de académicos, do qual fazem parte grandes as maiores e mais independentes figuras das artes e das letras em Portugal, a ALA contribui para a consolidação da cidadania Cascalenses e para a reafirmação do valor e do interesse que o Estoril teve e ainda tem enquanto factor qualificador de Cascais enquanto destino turístico de excelência a nível internacionalNa mesma cerimónia solene também tomaram posse como Académicos Correspondentes Nacionais na Classe de Letras o Engº. António Adriano Pais da Rosa, o Dr. Alfredo Côrte-Real Souto Neves, o Dr. Luís Moura Serra e o Dr. Mário Júlio Gonçalves Cordeiro. Na Classe de Artes, tomaram posse a Drª. Maria Isabel Pinelo Augusto, o Sr. Cipriano Haroldo Fonseca Oquiniame e o Dr. Francisco Xavier Valeriano de Sá.














terça-feira

Marcello Caetano e o Futuro de Portugal




Instado por Joaquim Veríssimo Serrão a pronunciar-se sobre a existência de Portugal depois da revolução de 1974, Marcello Caetano perspectiva um País dependente e destituído de soberania, num quadro generalizado de pobreza (de riqueza e de valores), que na sua opinião viria a determinar um cenário de transversal anomia que afectaria o bem-estar e a disponibilidade dos Portugueses: “Sem o Ultramar estamos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade das nações ricas, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava em vésperas de se transformar numa pequena Suíça, a revolução foi o princípio do fim. Restam-nos o Sol, o Turismo, a pobreza crónica e as divisas da emigração, mas só enquanto durarem. Tal é o preço por que os Portugueses terão de pagar as suas ilusões de liberdade."

segunda-feira

A Quinta do Pisão e o Casal de Porto Côvo em Cascais




por João Aníbal Henriques

Com uma situação extraordinária, nas faldas da Serra de Sintra e localizada a Sul da albufeira da Barragem do Rio da Mula, a Quinta do Pisão é um dos mais inesquecíveis recantos encantados de Cascais.

A sua História muito longa, que remonta (pelo menos) ao Calcolítico e à Idade do Bronze, pois existem vestígios de ambas as épocas na Gruta de Porto Côvo (ou do Rei), situada a Norte do antigo Casal de Porto Côvo, estende-se em ligação estreita aos ciclos da natureza e aos processos agrícolas mais tradicionais.

Desde sempre assente na fertilidade da terra, a exploração da Quinta do Pisão foi sempre a actividade primária naquele espaço no qual os cereais assumiram  especial importância. Como registo dessa actividade, que abastecia Cascais, restam ainda diversas estruturas agrícolas como eiras, moinhos e azenhas, associadas ao aproveitamento das águas que a atravessam de forma marcante vindas da serra. Paralelamente, principalmente nas zonas e lameiros que circundam o actual Centro Social, a horticultura aproveitava uma parte substancial dos solos da antiga quinta, actividade que era complementada com a produção de leite e com uma interessante exploração da rocha calcária que por ali abunda e que era utilizada como matéria-prima para a produção de cal, em vários fornos dos quais ainda subsistem vestígios no local.

Digna de uma nota especial, é ainda a presença da antiga Ermida de Nossa Senhora da Assunção (ver aqui a nota sobre a história e as memórias da Ermida de Porto Côvo), com raízes históricas que certamente serão pré-Cristãs e que, inserida no conjunto ritualístico matriarcal associado à Serra de Sintra (ou da Lua), era o espaço fulcral de uma devoção profunda que subsistiu até meados do Século XX e se inseria nos principais círios devocionais Cascalenses.

Actualmente reaproveitada como estrutura de lazer, a Quinta de Porto Côvo é um destino de excelência para passeios pedestres em família e, enquanto pólo aglutinador de uma biodiversidade extraordinária, um importante sustento para actividades pedagógicas a realizar pela comunidade educativa do concelho.