quinta-feira

A Conquista do Alentejo





“Conquista el Alentejo” é o mote da nova campanha promocional que a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo lançou para este Verão.

Dirigida exclusivamente ao mercado Espanhol, grande gerador de visitantes àquela região Portuguesa, a campanha agora em curso espalhou material promocional, outdoors e muitos outros suportes comunicacionais em várias regiões Espanholas, sublinhando a “disponibilidade” de Portugal para “ser conquistado”. A somar à tal pretensa “disponibilidade”, o Turismo do Alentejo oferece ainda uma série de regalias e benefícios a todos os Espanhóis que aceitem o repto e venham “conquistar o Alentejo”… E como se não chegasse o desregrado apelo, os materiais promocionais criados sobre imagens desta extraordinária região Portuguesa foram montadas em estúdio mostrando bandeiras do País vizinho a marcar a nossa paisagem.

Não existem adjectivos nem palavras adequados para descrever esta iniciativa. Utilizando palavras do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, a campanha em curso representa um autêntico “murro no estômago” para os interesses do Alentejo e de Portugal, sendo uma afronta aos Alentejanos de hoje e a todos aqueles que, durante quase nove séculos, deram a sua vida e o seu sangue para salvarem a soberania Nacional e para manter o Alentejo dentro das fronteiras de Portugal.

Dir-se-á que os benefícios económicos da iniciativa são muitos e grandes. Duvido bastante e no final do Verão, quando compararmos os números de visitas que chegaram ao Alentejo em 2011 com os dos anos transactos, depressa perceberemos que o impacto foi nulo. Mas mesmo que fossem substanciais as mudanças e que existisse um incrível aumento no número de visitantes espanhóis ao Alentejo, existem valores, princípios e símbolos que não podem ser postos em causa. Chega a ser embaraçante olhar para estes cartazes.

Pensar de outra forma é trair Portugal. Pensar de outra forma é desrespeitar profundamente o significado profundo de uma Nação quase milenar. Promover esta campanha é um acto que lesa os interesses de Portugal, anulando o valor, o carácter único e irrepetível e as potencialidades extraordinárias que caracterizam o turismo Alentejano.