segunda-feira

"Breve Tratado dos Dias" de Carlos Antero Ferreira




Foi publicamente apresentado o novo livro de poesia “Breve Tratado dos Dias” da autoria do poeta Carlos Antero Ferreira. A cerimónia, presidida por António de Sousa Lara, contou com a apresentação do jornalista Nicolau Santos e a declamação de alguns poemas pelas vozes de Celeste Cortez e Jorge Viegas.

A obra, recriada em torno dos paradigmas mais profundos de um espírito grande e empreendedor como só Antero Ferreira consegue ter, surpreende a cada vírgula e a cada verso, num exercício de sublimidade que só a maturidade moderna do poeta explica.

Antero Ferreira, homens das letras e das artes com um currículo profissional verdadeiramente extraordinário, mantém neste livro uma dinâmica intervencionista que parece não ser a de um homem que carrega consigo uma vida inteira de projectos concretizados e de conquistas que Portugal tarda em reconhecer. Mas, por outro lado, deixa antever uma enorme capacidade com muito para explorar ainda, no campo das mais modernas e actuais linhas de pensamento, mostrando que a idade, conjugada com a sabedoria de sempre, conduziu o poeta através de portas ainda vedadas à maior parte dos seres viventes.

Foi com a capacidade de ser rir de si próprio, numa postura erudita e simultaneamente bem-disposta, que Carlos Antero Ferreira brindou a assistência que esteve no Estoril para este lançamento. E ninguém saiu defraudado da mesma. Surpresa, erudição e genialidade, cruzaram-se nestas páginas e àquela mesa onde a beleza e a vida assumem o caminho felizmente longo que o autor ainda vai percorrer.




quinta-feira

A (in) Justiça de Portugal





Soube-se hoje através da maior parte dos jornais Portugueses que houve copianço generalizado num teste para futuros magistrados ministrado pelo Centro de Estudos Judiciários.

O facto, sempre obviamente grave por se tratar da utilização de uma estratégia ilegal para alcançar um determinado fim, redobra ou triplica a sua gravidade por estarmos a tratar da gente que futuramente (ainda no final deste mesmo ano) há-de ser responsável pela aplicação da justiça em Portugal. Ou seja, alguns dos futuros juízes e magistrados do Ministério Público, que são o garante do equilíbrio legal do nosso País, utilizaram métodos fraudulentos que não só não dignificam as funções para as quais se estão a preparar como, concomitantemente, põe em causa a sua capacidade no desempenho dessas mesmas funções.

Mas a tornar ainda mais desastroso o extraordinário acontecimento, o Centro de Estudos Judicário ainda veio contribuir com mais uma cena para o lastimável episódio. Não sabendo quantos copiaram e quais foram os que assim procederam, optou por validar todas as provas oferecendo uma espécie de passagem administrativa aos participantes assente na atribuição de 10 valores a todas as provas. Dessa forma, premiou os que prevaricaram, e que deviam ser punidos e expulsos do curso porque manifestamente não têm a honestidade necessária ao desempenho de tão importantes funções, e puniu quem não copiou, porque certamente viram baixar a nota de uma prova que é importante no percurso formativo que estão a cumprir.

Ou seja, foi perfeita, inadmissivelmente e absolutamente injusta a justiça Portuguesa!

Se a isto juntarmos os muitos problemas que ensombram este sector, numa plêiade de condicionantes que todos (infelizmente) conhecemos bem, ficamos com uma imagem muito fiel de um País totalmente desgovernado onde, por inerente consequência, a injustiça impera, defraudando os direitos e as garantias que o Estado deveria trazer aos Portugueses.

Não havendo justiça, que por seu turno implica a existência de liberdade, quem pode exigir rigor, disciplina, isenção, empenhamento, honestidade e responsabilidade à comunidade?

A resolução imediata deste problema é fundamental para restaurar a confiança dos Portugueses. É essencial que se assumam as responsabilidade e se punam efectivamente os que prevaricaram e também aquele que, ensinando justiça, mostraram que não são capazes de entender o seu significado para a Nação.

terça-feira

Percursos Extraordinários nas Dunas do Guincho




Foram recentemente inaugurados os percursos ambientais através das Dunas do Guincho, em Cascais. Assentes em passadiços construídos em madeira e atravessando grande parte do complexo dunar que se estende desde a zona do Parque de Campismo da Areia até ao areal da praia do Guincho, os novos percursos permitem conhecer e interpretar as mais importantes peças da fauna e da flora extraordinária que existe neste que é o recanto mais Ocidental da Europa. Com esta iniciativa da Câmara Municipal de Cascais, ficam criadas as condições que permitem aos Cascalenses fruir e usufruir de uma das maravilhas do Parque Natural Sintra-Cascais, sem com isso colocar em causa os sempre precários equilíbrios ambientais que caracterizam aquele espaço. Passíveis de serem avaliados com uma classificação que começa no excelente e se prolonga até ao extraordinário, os percursos pedonais agora abertos ao público são um contributo inexcedível para a promoção da identidade municipal, reforçando os vínculos existentes entre a população e o território. Para além da beleza da paisagem, cruzada por uma plêiade de cores e aromas que resultam da conjugação da brisa marítima com a folhagem das muitas espécie vegetais endémicas, os percursos mostram uma perspectiva renovada sobre uma zona importante do Concelho de Cascais. Por motivos que desconhecemos, mas que importa realçar, ficaram de fora destes percursos (e inacessíveis à população) o povoado Romano dos Casais Velhos e a mãe-de-água da Crismina que muito contribuiriam para reforçar a qualidade dos conteúdos a eles associados. Fica a sugestão para que sejam incluídos num futuro muito próximo.